quinta-feira, 17 de junho de 2010

pergaminho na pele antiga

dirias que a sanidade mental é um pergaminho afixado na parede para ser lido por quem não sabe interpretar as palavras lavradas na pele antiga.

quarta-feira, 24 de março de 2010

a inércia dos antepassados

congratulo-me com a inércia dos antepassados que pairam no silêncio das vozes marginais. a marginalidade de hoje foi o centro de antanho, ao contrário do que pensam os cientistas sociais. a solidão estabelece o caos na modorra dos passos que seguem o inexplicável movimento das sombras.olho atrás da janela. lá fora a chuva e o frio gritam sem cessar.amanhã, sem pressas, irei comprar um telemóvel.

maniqueísmo brutal

alguns rastejam em condições humilhantes, até ao assombroso covil das vacas gordas. a lascívia do poder penetra-lhes a pele luzidia e arrasta-os na eterna luxúria do conhecimento. afinal a base de tudo: do maniqueismo brutal que nos oprime, da sensação irresistível de ser livre, da doce carícia da virtude.

marginais do pensamento

por entre as velhas redes institucionais, nos interstícios ocos da risível gregaridade, viajam marginais do pensamento. viajam sem danificar os ancestrais pilares da moral. navegando na cabotagem, cruzando as marcas do mundo conhecido como forma de nunca esquecer os entes queridos. cavalgando as memórias selvagens da história como forma de espalhar o sexo no futuro.

obstáculos tortuosos do labirínto

quando os dias felizes regressam e as paisagens se deixam perpetuar nas palavras distantes. quando só existem bocados de silêncio nos caminhos insondáveis da memória - taumaturgos que se vergam aos obstáculos tortuosos do labirinto - , encontro a paz das planícies onde os parasitas da alegria jazem sob os sedimentos eternos da sabedoria.

confortavelmente descasco as romãs que me paralisam os afectos e ordenam as físicas dores de antanho.