ao contrário de camões, não entendo a arte e a glória como uma forma de libertação da morte. penso a vida mais como um "filósofo politicamente incorrecto": " cago na imortalidade sem corpo"!
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
terça-feira, 18 de novembro de 2008
sussurros numa noite de verão
nos amolgados lençóis, os dedos soltam-se pelas dobras do linho ancestral. a tua voz começa a sussurrar, rouca e prenhe, ecoando nos lares da vizinhança. num estrebuchar de medo unimos ainda mais as nossas respirações e deixamos a incorrecção periódica dos dias ultrapassar o desgaste rotineiro da vida aprisionada. aos solavancos trocamos líquidos inquinados e profanamos a inquietude hierofânica das almas. lavramos a terra rasa de restolho, entre virilhas tumulares.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
estertor global
até depressões marginais se ressentem do estertor global: as migalhas do bodo deixam de se precipitar das toalhas bordadas quando os comensais sentem a fartura a esvair-se. a indigência alastra. as poeiras das implosões raramente assentam na base das estruturas. no main stream recorre-se às reservas e os ácidos estomacais não trabalham no vazio.
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sexta-feira, 29 de agosto de 2008
para lá do medo
na noite cálida que lavrou o tempo, o cálice ergueu-se pingando o vinho e tilintou nas esperanças da recusa de eternidade. a velhice saiu à rua e gritou aos ouvintes incrédulos a impossibilidade de regressar a casa. à casa dos teus avós. à genealógica euforia do devir. o mar entranhou-se, sem estranhezas, na confusão dos espíritos perplexos e aspergiu gritos de aflição na vizinhança amortalhada: a reacção foi desproporcionada à acção. gente, que ninguém soube de onde vinha, envolveu-se na contenda do cálice e das palavras. abafaram-se ideias de lucidez feroz. louca. os amigos enervam-se quando nascem profetas fora de prazo. profetas que conhecem os meandros das consciências estagnadas. das consciências marcadas pela violação dos direitos adquiridos no super mercado da sabedoria empacotada.
sábado, 23 de agosto de 2008
estratégias de fuga impossível
as noites consomem-se na loucura das insónias transbordantes. para lá do medo aparecem, por detrás das cortinas do silêncio, caminhos que convidam a simular estratégias de fuga impossível.
domingo, 20 de julho de 2008
segunda-feira, 30 de junho de 2008
socalcos metafísicos
a liberdade só é possível num sistema sem memórias: quando esburacas num passado inexistente. só perante a vida. caminhando, sem olhar para trás, nas numinosas paisagens onde as pegadas se apagam antes de os pés assentarem nas areias. caminhando em intermináveis socalcos metafísicos.
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segunda-feira, 16 de junho de 2008
esquina virtual
viro a mais uma esquina virtual, de onde posso espreitar o despontar dos comedores de ilusões. ali, onde o tempo age de improviso e confessa ter um filho que não conhece , onde embarcam os marinheiros aflitos, não vi ninguém. então, qual ribombar de trovões, vindos de não sei de onde, surgem toneladas de carrascos enlatados.
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terça-feira, 10 de junho de 2008
O Reino das minhas Palavras
a mercadoria que lanço na imensidão das mentes carentes destina-se, preferencialmente, aos que não entendem o que lhes vendo. destes será o reino das minhas palavras!
nos campos infindáveis de restolho à procura do silêncio... inevitável.
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quarta-feira, 19 de março de 2008
sexo e dinheiro
"a diferença entre sexo gratuito e sexo pago é que o primeiro costuma ficar bastante mais caro ao homem."
H. L Mencken
segunda-feira, 3 de março de 2008
eu e os outros
eu sei que às vezes penso que os outros estão a topar as minhas fraquezas, mas isso, sei-o bem, é uma fraqueza da minha parte.
sábado, 16 de fevereiro de 2008
sábado, 9 de fevereiro de 2008
no frio da noite
sem retirar o sobretudo, o homem sem olhar, voltou à rua e atirou-se na noite desaparecendo na encruzilhada das trevas.
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
atalhos caóticos
atravessas atalhos caóticos na memória vazia de afectos, salpicando pegadas enquanto as ásperas faces da multidão se refugiam na fealdade consumada do princípio uniforme da manada, na esparsa rede incontinente que ampara o precipício magnético e purificador.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
até ao fim das marés
o atrito da caneta do tempo soava sulcando o papel da vida. arrepiava no silencioso tombar do dia. a solidão, brutal e sanguínea, assomou às cinco da tarde de um dia qualquer. até ao fim das marés.
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